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segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

O cinema de Buñuel . Narrativa e subversão.

O surrealismo é exemplo de produção para qualquer movimento artístico contemporâneo, pois construiu sua historia de maneira enfática e forte em todos os seus trabalhos, desde os textos até as produções artísticas, cito o próprio manifesto surrealista, Salvador Dali na pintura com o quadro mãe e filha e Luis Buñuel no cinema.
A obra de Buñuel é magnífica, sublime, se impõe na historia do cinema como referência para todos os diretores.
O desejo sempre muito presente nos seus filmes pode ser observado de dois lados.
Primeiro: O desejo do corpo, sexual, libido.
Segundo: O desejo de libertação, precisamente de transgredir, romper eliminar, esquecer conceitos da sua sociedade, precisamente a francesa e os seus comportamentos.
Buñuel é surrealista e segue todo o seu manifesto principalmente quando falamos da realidade. Que a realidade existente não de fato real, mas sim uma imposição, ou seja, uma grande farsa, com falsos conceitos, ações, e também da falta de sensibilidade falo da seqüência cito Um Cão Anda Luz, em uma seqüência que da janela de um saguão as pessoas que estavam em uma festa assistem a um assassinato, o pai atira no filho com uma espingarda e ninguém nada faz, ou ao menos ficam abalados com tal fato e parecem não perceber o acontecido. É a imparcialidade, mas precisamente a indiferença em relação ao fato de o pai matar um filho, que é afirmada quando um elefante entra em um salão de festas.
Este cineasta sabe muito bem com como contar historias, as escolhas de Buñuel deixam o seu filme muito claro. As indicações em a Idade do Ouro, quando um homem assistiu há um atropelamento e depois ele sente o desejo do sexo, o erótico, Luis não faz uma metáfora ela expõe a situação depois a personagem a aprece com um piano nas costas, é peso da escolha, muitas vezes do arrependimento que é sinal que o conservadorismo bateu sobre a consciência daquela personagem.
Libertação é uma palavra que se mostra em todas as suas personagens, pois ele entedia que era preciso libertar dos conceitos e das formas da sociedade do seu tempo e faz-se corajoso e causa estranhamento até hoje.
Podemos então ver uma parcela do que aconteceu na sua época.
A amizade com o pintor Salvador Dali, quer também colaborou nos seus filmes nos faz perceber que o cinema de Luis Buñuel é compromissado com a arte, e também com a possibilidade de um novo mundo.
Seus filmes também são narrativos, possuem uma estrutura narrativa comum. O que o diferencia são os seus temas, pois o cinema industrial não tratava de tais assuntos, e seus elementos de linguagem para apresentação dos filmes.
O uso dos símbolos, e da metáfora, o não real, para reflexão do mundo e apresentar também como ele observava todas as coisas. Segundo Tarkovski para ele, Buñuel sabe que a estrutura estética não necessita de manifestos, pois a verdadeira força da arte reside no poder de persuasão. Desta maneira o artista torna-se um ideólogo e apologista de seu tempo pois "A grandeza e a ambigüidade da arte consiste no fato de que ela não prova, não explica e não responde às perguntas, mesmo quando emite sinais de advertência. Sua influência tem a ver com a sublevação ética e moral." Com Un Chien Andalou, Buñuel , assim como Tarkovsky, teve que enfrentar um público enfurecido que esperava do cinema uma simples sessão de divertimentos. Para Tarkovsky, Buñuel é um verdadeiro artista pois ele se dirige ao público não em linguagem de manifesto, "mas no idioma emocionalmente contagioso da arte."
Visionário, subversivo, vanguardista, obsessivo, experimental, satírico, irreverente, contraditório, psicanalista, humorista, irônico.

Um comentário:

  1. Como sempre, surpeendendo!
    O título do blog está surreal.
    Parabéns!

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