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sábado, 10 de março de 2012

A vida deve passar? No Teatro? Na Cidade?

Texto sobre o espetáculo Os Lesados, com texto de Rafael Martins, e direção de Yuri Yamamoto.

Apresentado no teatro Dragão do Mar no dia 03/03/2012.

A lógica do capitalista exige que o indivíduo seja funcional para a sociedade, que produza riqueza acumulações de bem, obrigando a deixar qualquer tipo de legado. Todos esses conceitos estão fora do espetáculo Os Lesados. A peça nos leva não por caminho de um universo imaginário cheio de cor e luzes, com personagens fascinantes com suas evoluções dramáticas, frases de efeito, nem como uma fábula para a aprendermos uma lição qualquer.

Os lesados é em preto e branco, acinzentada como a cor do concreto que constroem as cidades, como a memória da historia da cidade de Fortaleza que perde seus espaços históricos demolidos, e assim foi feito com a residência de Rodolfo Teófilo. Lugares que viram pó, ou simplesmente perdem a cor. Remeto-me principalmente a casa do Português na Avenida João Pessoa.

Essa falta de cor ou esse cinza característico indica a uma vida sem cor, sem um fato de alegria, sem criatividade ou vivência. A cor incomoda, pois escolher uma, significa que a vida está ali por menor que ela seja. Nessa estética a peça ambienta as personagens condicionadas a uma rotina massacrante, assassina, no entanto pior do que o condicionamento é a aceitação das personagens em relação as suas vidas. A acomodação em relação aos seus espaços , que simplesmente apenas as cabem, negando a possibilidade de outra coisa ali poder ser inserida. Mas se eles negam novas probabilidades, logos aquelas personagens são donas das suas vidas? Penso, logo existo. Assim nos falou o filósofo.

Em seu prólogo foi quase imediata à referência do filme de Charles Chaplin, Tempos Modernos, assim veio a minha mente motivada pela cor e a repetição dos movimentos.

A arte de interpretar se dá pela expressão do rosto, através do olho, por sua vez o olhar é o mesmo, não muda, está sempre olhando a mesa coisa, os mesmos fatos, da mesma maneira, com mesmo desenho, como olhos que não estão ligados ao corpo, mas a um objeto inanimado, o objeto óculos que vira olhar, que não se move, negando a observação e reflexão.

Mas as personagens assistem a vida passar, amarrados uns aos outros, viciados aos seus objetos, as suas ações, a repetir mesmos atos do mesmo dia, da mesma maneira.

A peça questiona o homem moderno, e seus caminhos ou a falta de seus caminhos o texto que dialoga com Esperando Godot, escrito por Samuel Becket, dramaturgo e escritor irlandês. Nos Lesados, a narrativa conta um dia daqueles quatro personagens, que estão esperando algo acontecer, vendo a vida passar, de maneira passiva, no texto do irlandês, as personagens esperam por Godot, que não virá, ou não vem, ou se quer existe.

O que nos diz o teatro com esse espetáculo?

Sensibiliza as pessoas para a reflexão sobre os problemas da vida moderna?

Ou simplesmente pode ser que não queira falar nada?

Os Lesados nos fala sobre os caminhos da vida, falando o tempo inteiro que a vida passa e estamos a olha-la por cima, constituindo um voyeur dos fatos, negando-se ao controle das coisas, seja por omissão, ou por preguiça. A vida passa, mas o teatro não fala com aqueles, que mesmo de maneira maniqueísta, estão a inventar a vida, nada obstante a omissão também é um crime.

E me pergunto que se o teatro ao falar, citar e criticar, dos homens quem se negam a construir a vida, ao invés propor coisas novas, ser inovador, inventivo, não está se omitindo?

No entanto nos expõe essas personagens para sabermos o quanto, tantas vezes, somos medíocres!

Bruno Leonardo.

quinta-feira, 16 de julho de 2009

Saber por que?

Antes de qualquer coisa peço desculpas as pessoas que acompanham meu blog pela falta de posts, tive problemas sérios. Vamos ao que interessa.

Arte renasce sempre, o artista se renasce todo o dia, por isso é mais do que natural que ele mude e busque outras fontes, mas falo do verdadeiro artista e não daquele , que precisa se adequar a nescecidade do mercado.
Volto falando de Glauber Rocha, sem dúvida um dos artistas mais inquietos da historia atual não só pela sua personalidade e historias que rodam sua vida, mas principalmente, por sua obra única. Glauber pesquisava, debatia, escrevia, movimentava-se. Trnasformava suas obras, modificava seus conceitos.
Em um de seus relatos Glauber depois do Di Cavalcante, falou que sua obra teria menos teatro, e ele nos presenteia com Claro, o filme traz uma primeira idéia de Hipertexto e outras coisas, saliento que o artista inventivo busca novas motivações.
Picasso é uma dos artistas que mais pesquisou e foi a fundo nas suas intenções.
Esses dois nunca rederam-se as interesses de mídia, ou de interesses maiores, sempre buscaram falar daquilo que os deixavam inquieto e criavam com inventividade e ousadia!

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009